"A verdadeira adoração é a joia perdida na igreja evangélica de hoje. Temos organização. Trabalhamos muito. Temos ministérios (e até de louvor). Possuímos quase tudo, mas algo é escasso... precisamos procurá-la até encontrar!" (A. W. Tozer - Através das palavras de Marcos Witt no livro Adoremos)
Certo é que, hoje, um dos temas mais acordados é a adoração. Todos são categóricos em afirmar que Verdadeira Adoração é EM ESPÍRITO E EM VERDADE. Assim, podemos recorrer ao nosso estudo anterior (http://profetaney.blogspot.com/2010/12/era-necessario-passar-por-samaria.html) para lembrarmos isso.
Se é em espírito e em verdade, com certeza, deve começar no espírito e através do Espírito (Jo 16:8). Todo processo bíblico de verdadeira mudança aconteceu de dentro para fora, isto é, "e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (Jo 8:32). Verdadeira Adoração é resposta da libertação diária, por intermédio da Graça de Deus.
Porém, nem tudo é responsabilidade do Espírito Santo. Fomos nós, a humanidade, que decidimos nos distanciar de Deus e, tendo Jesus Cristo morrido e ressuscitado pela humanidade (Jo 3:16), cabe a nós também, buscar esse nível espiritual de chegar a condição de Verdadeiro Adorador e para respondermos as questões acima, de agora em diante nesse estudo, recorreremos as palavras sábias do Pr. Marcos Witt, através de seu livro Adoremos:
"Antes de falar de adoração, temos de falar do coração, pois é o que o
Senhor mais busca em nós! (Pv 4:23) ...é indispensável que permitamos ao Senhor que penetre até o ponto mais profundo do nosso ser para que não haja nada em nossa vida fora do Seu controle. (pg. 42)
Para entendermos a importância de termos um coração correto e em ordem para adorar, estudaremos o segundo livro de Crônicas, capítulos 28 e 29:
Estavam, pois, os levitas em pé com os instrumentos de Davi,
e os sacerdotes com as trombetas.
E Ezequias deu ordem que oferecessem o holocausto sobre o altar; e ao tempo em que começou o holocausto,
começou também o canto do SENHOR, com as trombetas e com os instrumentos de Davi, rei de Israel.
E toda a congregação se prostrou, quando entoavam o canto, e as trombetas eram tocadas; tudo isto até o holocausto se acabar.
(II Cr 29:26-28)
Que momento lindo este relatado acima, lembro-me do início dos períodos de adoração de nossas igrejas – tudo preparado, instrumentos afinados, som passado, repertório montado, dançarinos prontos, slides na tela...
Enfim, não deve ser diferente em sua igreja.
Mas “vem a hora e já chegou” ... está quase tudo pronto:
E o CORAÇÃO dos adoradores que estão no púlpito e nas cadeiras?
O Senhor sonda os corações, o lugar do sacrifício, para aceitar ou não a oferta (de louvor e adoração) e, por fim, enviar Seu Shekinah!
No Capítulo 28 do 2º livro de Crônicas, vemos relatos de um coração que não aceitava o princípio da verdadeira adoração: O Rei Acaz!
“No Versículo 24, vemos que ele teve uma “brilhante” ideia e disse para si:
Vamos colocar altares em todos os cantos para que as pessoas possam adorar seus deuses
com mais conveniência e comodidade. É notório que ele era um homem indisciplinado com as coisas espirituais, pois nunca tinha aprendido a ir a casa de Deus.” (pg. 47)
Se trouxermos para um entendimento neotestamentário, o Rei Acaz não sentiu necessidade de ir a casa de Deus ou de congregar (Hb 10:25), nem de entregar verdadeira adoração (Jo 4:23-23), muito menos de honrar e de ser o “templo” do Senhor (Ef 2:19-22). Por isso que o coração é o ponto de partida para alcançarmos a condição de Verdadeiros Adoradores.
Assim, respondendo nossa primeira indagação: O que devemos fazer?
Recorreremos a premissa que onde abundou o pecado, superabundou a Graça (Rm 5:20) e vemos o próximo descendente do Rei Acaz renovando o verdadeiro culto a Deus, a partir da RESTAURAÇÃO DO TEMPLO... Estou falando do Rei Ezequias!
Vemos em II Cr 29, que o Rei Ezequias em suas primeiras atitudes deu total atenção ao Templo do Senhor – o lugar onde Deus manifestava Sua Glória! – ele sabia que não podia governar bem se não tivesse a presença de Deus:
“O Rei Saul não se importou em ter perdido
a Arca da Aliança para os filisteus.
Mas assim como o Rei Davi,
o Rei Ezequias não governou sem que antes
a Arca da Aliança estivesse de volta em seu meio”. (pg. 48,49)
Esses relatos mostram a intensidade do coração que está disposto a render toda Glória a Deus e, consequentemente, adorar em espírito e em verdade.
Recorreremos a II Cr 29: COMEÇAR PELAS PORTAS! Ou seja, pelo local mais visível e que revela o exterior:
“Trata-se de abandonar os problemas mais óbvios e evidentes da nossa vida e que todo mundo vê:
idolatrias; fornicações; adultérios; bebedices; mentiras; vícios; fofocas; agressões; glutonarias... ..deixando coisas desse tipo, permitimos que o Senhor nos dê uma ‘pintadinha’, uma ‘nova lataria’, dá uma arrumada no que está exterior, uma ‘fachada’ nova”! (pg. 49)
Imagino que as pessoas da época de Ezequias, quando passavam pela frente do templo,
deviam exclamar: “olha! Concertaram o templo”.
Daquele ponto de vista,
só se podia observar o que estava de fora.
Contudo, bastaria dá “uma olhadinha” por dentro
para perceberem que o templo estava longe de ser consertado” (pg. 50, 51)
A sociedade sempre foi especialista em criar disfarces e mascarar as coisas santas - herdadas das “folhas de figueira de Eva e Adão”. Também, o relativismo, o humanismo e a religiosidade são “top’s” nesse assunto. São ícones em criar esses disfarces, do tipo:
- Cantar na igreja o faz o verdadeiro adorador;
- Vá de qualquer jeito a igreja e permaneça assim, pois Deus só quer o coração;
- O importante é a técnica;
- O “Espírito” é sujeito ao profeta (o correto é: os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas – I Co 14:32);
- E por ai vai...
Continua.................
Na alegria, no amor e na fé em Jesus Cristo. Autor e digno de toda adoração!!!
Francinei Santos